Noção de Tempo
Às vezes me pego tendo um dia em que não presto atenção em nada ao meu redor, apenas vivendo no automático e transferindo meu tempo livre para as redes sociais. Quando um dia desses chega ao fim, acabo me sentindo horrível, como se tivesse perdido momentos muito importantes, mesmo em um dia comum. Hoje realizamos todas as tarefas com pressa, não sobrando tempo para nada. O que temos feito com nosso tempo e por que tudo está passando tão rápido?
Até mesmo na prática da Psicologia, que deveria ser feita com zelo e calma, estamos enfrentando uma onda de pressa: pressa para resolver os problemas, pressa para ver resultados, para ter a agenda cheia, para ser boa em algo novo... e não consigo deixar de pensar aonde uma geração tão ansiosa e apressada vai chegar.
Aqui caberia usar a frase “a pressa é inimiga da perfeição”, mas também não saberia explicar que perfeição é essa que, a essa altura, já sabemos que não existe, é inalcançável e frustrante. Nesse contexto, acredito que a pressa seja inimiga da vida. Você perde todos os detalhes dela quando decide viver pelo tempo e não no tempo.
O Budismo apresenta muitas lições sobre esse tema, inclusive sobre o fato de que nunca estamos realmente presentes no momento vivido: sempre estamos no momento que já se passou ou no que ainda vai chegar. Como é possível capturar e armazenar tantas coisas importantes (e lindas!) que vivemos no presente estando com o tempo em outro lugar?
Não tenho a intenção de julgar ou demonizar como o seu tempo tem sido gasto, mas sim de trazer a reflexão sobre como isso tem repercutido em você. Tudo que consumimos acaba fazendo parte de nós em alguma instância e, vivendo no automático, isso vai acontecendo e se tornando parte de quem somos de maneira irrefletida.
Não me excluo da pressa, e não sei aonde ela vai me levar, mas sei que não aproveito processo algum quando estou imersa nela. Na verdade, sinto que nem estou viva nesses momentos.
Oi Dani! Acabei encontrando seu blog através de um comentário seu no TikTok e vim conhecer seu espaço virtual. Acredito que todo mundo tá preso nesse caos de ansiedade e péssimo uso da internet, tenho voltado a lidar com a ansiedade e percebo que isso está diretamente ligado ao uso absurdo das redes sociais e a falta de viver o presente, de observar a passagem do tempo pelo aspecto natural e não esse virtual com vídeos infinitos e uma performance de perfeição inventada. Voltei a usar o blog justamente para conseguir continuar fazendo algo que eu amo (escrever sobre coisas que gosto) mas sem o formato das redes. Tenho percebido como o algoritmo molda muito o que eu consumo, e estar fora das redes sociais, consumindo outros blogs, me faz perceber como eu tenho autonomia na escolha do que eu vejo online e como o formato é menos poluído e chamativo, fazendo com que eu dedique minutos agradáveis do meu dia para ler algo interessante e tirar meu tempo para refletir sobre. Fico feliz por encontrar mais um espaço assim aqui na blogosfera <3
ResponderExcluirGarota do 330