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A Escuta Ativa no Dia a Dia

Vi uma postagem nesses dias falando sobre como estamos vivendo uma época extremamente antisocial, diminuindo qualquer possibilidade de interações humanas que podemos ter. Essa movimentação vem acontecendo há alguns anos já, mas acredito que agora estamos vivendo algumas consequências disso.

Socializar certamente não é a coisa que mais amo no mundo, mas venho sentindo falta de outras pessoas ao meu redor, e sentindo que eu mesma tenho causado um afastamento delas, por preferir minha companhia. Hoje em dia se fala muito sobre a auto-descoberta e sobre ficar sozinha para se conhecer, e sim, é importante, mas, parafraseando Marcuse e a ideia de constituição relacional: apenas nos conhecemos através do processo do outro.

Não existe autoconhecimento isolado, nós nos reconhecemos através da alteridade, pelo contato, pelo conflito e também pela solidariedade com os outros. E esse é o ponto mais forte da terapia: o encontro com o outro, na escuta ativa e acolhedora. Mas isso se isola apenas nos 50 minutos de sessão?

A escuta e a procura pelo outro podem ser praticadas fora da terapia também. E não digo que devemos sair conversando com todas as pessoas que encontrarmos, mas talvez permitir esses encontros possa ser uma surpresa agradável (tem sido por aqui). Pode parecer um pouco drástico, mas acredito que também é um isolamento quando esse contato se esgota entre amigos e família.

Finalizando: você já conversou com a moça que encontra todo dia na padaria? Com a senhora do pilates?  Você sabe o nome da pessoa que te atende sempre que você vai no mesmo café?


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